Escreve-me
...Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!
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Escreve-me!Há tanto,há tanto tempo
Que te não vejo, amor!Meu coração
Morreu já,e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!"
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Amo-te!"Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!
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Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...
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Florbela Espanca
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A Carta, por Pierre Bonnard, 1906
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
A Rosa - C. Sednem
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A Rosa
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Ali, no meio do jardim
Uma rosa nasce formosa
No meio do mato e capim,
Muito bela e graciosa.
.
Comparada às outras flores,
Ela é sempre a mais bela.
Como se não sofresse dores
Em suas pétalas amarelas.
.
Pétalas de um amarelo duradouro,
Cor da luz e da vida.
É cor penetrante, esse louro,
Que as pétalas guardam, queridas
.
Pelas borboletas, que vem assistir
Esse espetáculo maravilhoso
E demoram para partir
Deste jardim, tão lustroso.
.
C. Sednem
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Yellow Rose, por Michel Naples
A Rosa
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Ali, no meio do jardim
Uma rosa nasce formosa
No meio do mato e capim,
Muito bela e graciosa.
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Comparada às outras flores,
Ela é sempre a mais bela.
Como se não sofresse dores
Em suas pétalas amarelas.
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Pétalas de um amarelo duradouro,
Cor da luz e da vida.
É cor penetrante, esse louro,
Que as pétalas guardam, queridas
.
Pelas borboletas, que vem assistir
Esse espetáculo maravilhoso
E demoram para partir
Deste jardim, tão lustroso.
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C. Sednem
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Yellow Rose, por Michel Naples
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Vita Nuova - Olavo Bilac
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Vita Nuova
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Se ao mesmo gozo antigo me convidas,
Com esses mesmos olhos abrasados,
Mata a recordação das horas idas,
Das horas que vivemos apartados!
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Com esses mesmos olhos abrasados,
Mata a recordação das horas idas,
Das horas que vivemos apartados!
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Não me fales das lágrimas perdidas,
Não me fales dos beijos dissipados!
Há numa vida humana cem mil vidas,
Cabem num coração cem mil pecados!
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Não me fales dos beijos dissipados!
Há numa vida humana cem mil vidas,
Cabem num coração cem mil pecados!
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Amo-te! A febre, que supunhas morta,
Revive. Esquece o meu passado, louca!
Que importa a vida que passou? que importa,
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Revive. Esquece o meu passado, louca!
Que importa a vida que passou? que importa,
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Se inda te amo, depois de amores tantos,
E inda tenho, nos olhos e na boca,
Novas fontes de beijos e de prantos?!
E inda tenho, nos olhos e na boca,
Novas fontes de beijos e de prantos?!
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Olavo Bilac
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The Kiss, por Gustav Klimt, 1907-1908segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
M.C. Escher
Maurits Cornelis Escher (1898 -1972) foi um artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explorações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.
Sky and WaterI, 1938
Day And Night, 1938
Reptiles, 1943
Drawing Hands, 1948
Relativity, 1953
Waterfall,1961
Sky and WaterI, 1938
Day And Night, 1938
Reptiles, 1943
Drawing Hands, 1948
Relativity, 1953
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domingo, 18 de janeiro de 2009
Um Quarto - C. Sednem
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Um Quarto
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Eu quero um espaço
Onde as ideias possam fluir
Onde tudo poderei sentir
Como num abraço.
.
Um lugar onde ninguém
Poderá me atormentar
Um lugar em que só você
Poderá me amar
.
Um lugar apenas meu,
Onde acolherá meu ser,
Mas também será seu
.
Porque juntos, vamos viver,
Pois o que é meu, é teu.
E assim, até morrer...
C. Sednem
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Personal Values, por René Margritte, 1952
Um Quarto
.
Eu quero um espaço
Onde as ideias possam fluir
Onde tudo poderei sentir
Como num abraço.
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Um lugar onde ninguém
Poderá me atormentar
Um lugar em que só você
Poderá me amar
.
Um lugar apenas meu,
Onde acolherá meu ser,
Mas também será seu
.
Porque juntos, vamos viver,
Pois o que é meu, é teu.
E assim, até morrer...
C. Sednem
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Personal Values, por René Margritte, 1952
O Espelho - C. Sednem
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O Espelho
.
À noite, quando fico só,
Vou olhar-me no espelho.
Mesmo sendo ele comigo fedelho,
E também coberto de pó.
.
Vejo ali o meu reflexo,
Mas não sei quem eu sou.
É por isso que estou
Completamente perplexo
.
Sempre penso em parar,
Mas virou rotina
Ao espelho fico a olhar
.
A imagem distorcida,
O espelho parece gargalhar,
Com toda a sua ironia.
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C. Sednem
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Not to be reproduced, por René Magritte, 1937
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O Espelho
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À noite, quando fico só,
Vou olhar-me no espelho.
Mesmo sendo ele comigo fedelho,
E também coberto de pó.
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Vejo ali o meu reflexo,
Mas não sei quem eu sou.
É por isso que estou
Completamente perplexo
.
Sempre penso em parar,
Mas virou rotina
Ao espelho fico a olhar
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A imagem distorcida,
O espelho parece gargalhar,
Com toda a sua ironia.
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C. Sednem
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Not to be reproduced, por René Magritte, 1937
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A Chuva - C. Sednem
sábado, 17 de janeiro de 2009
Meu Mundo - C. Sednem
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Meu mundo
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Quando, em meus pensamentos,
Lembro a fragrância, o odor de seus cabelos
Sinto uma saudade, um tormento,
Quero senti-lo, quero ver-te.
Quero encantá-lo, quero um conselho,
Abraçá-lo e beber-te.
.
Como se tu fosses uma bebida,
Eu o beberia até a última gota.
De uma maneira um tanto impulsiva,
Assim sentiria-me leve e solta.
Só depois, embriagada, veria-me caída,
.
Porque tu és meu remédio querido,
Meu veneno, minha droga.
Sem tua presença não vivo,
Porque a mim, és tudo.
Se eu fosse um coelho, serias minha toca,
Meu chão tu serias, serias meu mundo.
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Quando, em meus pensamentos,
Lembro a fragrância, o odor de seus cabelos
Sinto uma saudade, um tormento,
Quero senti-lo, quero ver-te.
Quero encantá-lo, quero um conselho,
Abraçá-lo e beber-te.
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Como se tu fosses uma bebida,
Eu o beberia até a última gota.
De uma maneira um tanto impulsiva,
Assim sentiria-me leve e solta.
Só depois, embriagada, veria-me caída,
.
Porque tu és meu remédio querido,
Meu veneno, minha droga.
Sem tua presença não vivo,
Porque a mim, és tudo.
Se eu fosse um coelho, serias minha toca,
Meu chão tu serias, serias meu mundo.
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- Caroline Mendes
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Pintura de Rodolfo Barral
Remorso - Olavo Bilac
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Remorso
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Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
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Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
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Sinto o que esperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.
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Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
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Olavo Bilac
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Luar - C. Sednem
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Luar
Depois de um longo dia,
Ao olhar o céu, vejo ali
Entres as nuvens, escondida,
A lua cheia, a sorrir
Com um luar assim,
Que mais poderia pedir?
Pois é com grande alegria,
Que vejo a lua, a surgir.
Oh, como eu queria
Tê-la só para mim,
Sem ter que dela me despedir,
Para tê-la, tudo eu faria...
C. Sednem
Starry Night, por Vincent van Gogh, 1889.
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Luar
Depois de um longo dia,
Ao olhar o céu, vejo ali
Entres as nuvens, escondida,
A lua cheia, a sorrir
Com um luar assim,
Que mais poderia pedir?
Pois é com grande alegria,
Que vejo a lua, a surgir.
Oh, como eu queria
Tê-la só para mim,
Sem ter que dela me despedir,
Para tê-la, tudo eu faria...
C. Sednem
Starry Night, por Vincent van Gogh, 1889.
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
O Mar - C. Sednem
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O Mar
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As ondas, que vem e vão,
Me dão uma sensação de liberdade.
E quando o mar está calmo,
Sinto uma imensa tranquilidade.
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O mar é um mistério,
Que guarda muitas estórias
Felizes, ou mesmo tristes,
Recheadas de memórias.
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Vendo-o de perto,
Descubro os presentes que o mar dá
Conchas, pedrinhas e peixes,
Enquanto passo a andar
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C. Sednem
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C. Sednem
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Grande e louco amor - C. Sednem
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Grande e louco amor
.
Beija minha boca,
Com teus lábios de mel
Deixa-me louca,
Até sentir-me no céu
.
Não pára com isso,
Como é bom amar
Ficamos sem piso,
E passamos a voar.
.
Seus olhos, como pedra preciosa,
Em nossos carinhos, ficam brilhantes.
Ah, que noite maravilhosa,
Até as estrelas parecem cantantes.
.
Entrego-me, somente a ti,
Que amo, com muito ardor.
Espero que não tenha fim,
Grande e louco amor
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Beija minha boca,
Com teus lábios de mel
Deixa-me louca,
Até sentir-me no céu
.
Não pára com isso,
Como é bom amar
Ficamos sem piso,
E passamos a voar.
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Seus olhos, como pedra preciosa,
Em nossos carinhos, ficam brilhantes.
Ah, que noite maravilhosa,
Até as estrelas parecem cantantes.
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Entrego-me, somente a ti,
Que amo, com muito ardor.
Espero que não tenha fim,
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
À meia-noite - C. Sednem
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À meia-noite
Quando, à meia-noite, acordei de repente
Fui olhar-me no grande espelho,
Aquele, de moldura transparente.
Apurei os ouvidos e ouvi o aparelho
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De som, tocando levemente
Uma música triste e melancólica
Só depois que pensei, entrementes,
"Quem ligou esta droga?"
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Foi quando eu vi a janela escancarada
E ao pé da cama, um gato.
No outro lado, perto do aparelho, um controle
Que o animal deve ter pisado
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Uma fúria meu corpo tomou
Mas permaneci calado
Isso logo passou
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E o gato me olhou, arrebitado.
Logo depois, viu a janela e pulou,
E eu voltei a dormir, atordoado.
C. Sednem
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Primeira Postagem!
Olá a todos :D
Primeiramente, vou apresentar o blog. Aqui irei colocar poesias, citações de livros, autores... E também aqui será espaço para divulgar pintores e obras artísticas - além da literatura.
Se alguém se sentir à vontade para me mandar alguma poesia(e torcer para que ela apareça no blog), pode me mandar por e-mail (mendes.aquino@gmail.com).
Também é um objetivo deste blog publicar poesias desconhecidas, que nem por isso são menos importantes - e belas - que as mais conhecidas. ^^
Bem, por enquanto é isso. Espero que gostem e tirem o maior proveito deste blog :D
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