Da Janela.
Duma casinha ao vento
À um apartamento.
Que mudança grande
- Foi feita num instante!
Antes eu via apenas,
Da janela, alfazemas.
Da janela, alfazemas.
Agora eu vejo à frente
Prédios e muita gente.
Ali no prédio ao lado,
Um homem emproado
Está no quinto andar
Com sapatos a calçar.
No outro prédio, na sacada,
Está uma moça alinhada.
Vestido, bolsa e cinto,
Para sair, eu pressinto.
Numa selva de concreto
Estamos nós, é bem certo.
Vivendo civilizadamente
Em meio ao bicho gente.
Caroline Mendes.
São Paulo à noite.
8 comentários:
Da minha casa tabém observo as pessoas dos outros prédios, é tãoo leeegal;)
A janela é uma maravilha.
Não sei o que seria eu sem ela.
Aliás, roubei seu título e fiz uma poesia. ;)
Um beijo! =**
Não sei explicar, mas acho que a vista de São Paulo a noite é uma das mais charmosas do Brasil...
E é realmente estranho quando você começa a observar as atitudes das pessoas, de longe. Percebemos cada coisa... rs!
salvo raras exceções, deve ser um choque sair de uma casa para morar em um apartamento. Mas é só suposição, pois sempre vivi em apartamento mesmo.
Cuidado com a janela indiscreta! (risos)
Beijos!
Você gosta mesmo é de ficar olhando, assuma! =)
Aquilo no céu... seria o fim dos tempos?
"Aquela espiadinha basica" HEHE. Excelente poema!
Olá Caroline,
Nossa interessante esta coisa de olharmos as pessoas, e não como bisbilhotar não, como uma forma de analise mesmo, no seu caso ter uma janela para várias janelinhas... e poder ver que todo o mundo a sua frente vive, briga, come, vê tv, lê jornal... Muito interessante isto, e vc conseguiu colocar isto em sua poesia, o descrever de acontecimentos a sua frente sem que ninguém imaginasse que vc estava lá olhando e podendo até existir um alguém que estivesse a olhando. Estranho ñé? rsrsrsrsrs
Forte abraço viu?
Também sinto isso, cada um com sua vida... e os prédios causam isso. Pessoas transam no andar de cima enquanto o filho fuma maconha no debaixo. No do lado, o pai alcoólara briga com a mãe e só no primeiro andar, e no vigésimo terceiro há uma família feliz, hoje, pois o mundo nervoso pode mudar tudo.
Bela poesia. Me fez refletir bastante.
XB
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