Círculo vicioso
Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
"Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!"
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:"
Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela
"Mas a lua, fitando o sol com azedume:
"Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume"!
Mas o sol, inclinando a rútila capela:
Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta luz e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vagalume?"...
Machado de Assis.
The Sun, por Evard Munch
3 comentários:
Belo! Querida, vi seu recado no meu blog e seja bem vinda. Leia lá e comente sempre que puder! Seu blog é muito bem feito. Add na minha lista de blog.
Bjo!
XB
Opa, estamos juntos! Vamos nos falando! Bjoka, menina.
XB
Este poema me faz lembrar bem forte da época de colégio. E especificamente da época em que comecei a descobrir Machado de Assis: comecei pelos romances, terminei de me apaixonar pelas crônicas e segui lendo todo o resto...
Tem dois sonetos do Machado que eu gosto bastante. Um é este, o outro é "A Carolina", que inclusive eu já cheguei a citar num poema.
Abraços!
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