domingo, 28 de junho de 2009

O asno e a carga de sal - Esopo

O asno e a carga de sal

Um asno carregado de sal atravessava um rio. Um passo em falso e ei-lo dentro da água. O sal então derreteu e o asno se levantou mais leve. Ficou todo feliz. Um pouco depois, estando carregado de esponja às margens do mesmo rio, pensou que se caísse de novo ficaria mais leve e caiu de propósito nas águas. O que aconteceu? As esponjas ficaram encharcadas e, impossibilitado de se erguer, o asno morreu afogado.

Algumas pessoas são vítimas de suas próprias artimanhas.


Esopo

terça-feira, 23 de junho de 2009

Aula de Biologia

Aula de Biologia

Ainda me lembro daquela tarde chuvosa. Estávamos nós, simples estudantes, tentando absorver todo aquele conteúdo que nos era passado naquela aula de biologia. Algum aluno propôs que visitássemos o laboratório de química, lá tinham órgãos preservados que poderiam nos ajudar a compreender melhor sobre fisiologia humana.

O professor concordou com a ideia, e foi buscar a chave do laboratório. Nós entramos e logo fomos vendo o que havia naqueles vidros cheios de formol. Me lembro de um que havia um feto humano, bem pequeno. Pelo tamanho, disse o professor, deveria ter poucas semanas.

O professor calçou as luvas e abriu o vidro em que estava contido um cérebro humano. Este estava cortado transversalmente. O professor explicou suas partes e algumas funções. Depois o professor fez o mesmo com um coração e um estômago. Nós estávamos compenetrados no assunto, era tudo muito interessante.

Finalmente, o professor escolheu nos mostrar os rins. Ele deixou um de lado e nos apresentou outro. Mas, de repente, o rim deslizou na mão do professor e acabou por cair no chão. Ficamos naquela tensão e logo o professor salvou o órgão fugido. Todos começaram a rir.

Isso faz muitos anos, mas agora que me lembrei desse dia, acabei refletindo uma coisa. Aquele rim era de alguém. Como essa pessoa se sentiria se soubesse que estavam brincando com o rim dela? Bem, o que ela acharia eu não sei. Mas se o rim fosse meu, eu não gostaria.

Caroline Mendes.



quarta-feira, 10 de junho de 2009

Amor matemático - Autor Desconhecido

Amor matemático

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.


Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base…
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.


Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.


“Quem és tu?” indagou ele
Com ânsia radical.
“Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa.”


E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde
A alma irmãs
Primos-entre-si.


E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.


Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.


Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.


Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.


E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.


Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum…
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.


Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.


Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção
Mais ordinária.


Mas foi então, que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era expúrio passou a ser Moralidade
Como aliás, em qualquer Sociedade.

Autor desconhecido

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sem Inspiração - Caroline Mendes

Sem inspiração
.
Meus versos estão fracos,
Me falta inspiração.
Dói-me como o diabo
Escrever tal confissão.
.
Caroline Mendes